Era uma vez uma lagoa muito bonita, com muita água límpida. Ali morava um Jacarezinho valente e muito orgulhoso. Vivia muito feliz e nadava naquelas águas claras, passando horas a refrescar-se. Mas… o Jacarezinho era muito egoísta: Quando estava na lagoa, ninguém mais lá podia ir, pois o valentão tomava conta de tudo. E assim foi até certo dia, quando faltou a água na casa de dona Pata. 

Dona Pata estava triste, pois os seus três filhotes não podiam tomar banho e logo naquele dia, que tinham de ir à festa dos pintainhos amarelos! A mãe Pata decidiu que o melhor era mandar os patinhos à lagoa para tomarem banho. 
E lá foram eles, com seus passos miudinhos, cantando contentes. Mas, oh! Que tristeza!. Lá na lagoa estava o Jacarezinho todo valente gritando: 
- Que vieram fazer aqui seus malandros? 
-Viemos tomar banho. - responderam delicadamente os patinhos. 
- E nesta bonita lagoa é que vocês querem tomar banho? Aqui não é lugar para banhos, seus atrevidos! - exclamou irritado o Jacarezinho. Continuem sujos! Mas por que é que patos querem ficar limpos? 
- Mas nós vamos à festa dos pintainhos, e sujos não podemos dançar e nem brincar - insistiram os patinhos. - Não e não! Esta lagoa é minha e ninguém pode aqui entrar! 
- Os patinhos, assustados, correram logo para casa. Dona Pata ficou indignada, encheu-se de coragem foi ver se com boas maneiras conseguia convencer o Jacarezinho a deixar  os seus filhotes tomar banho na lagoa: 
- Por favor senhor jacaré, os meus filhos precisam tomar banho. 
- Eles que tomem banho em casa. Ora essa! Por acaso, isto aqui é alguma banheira? - respondeu ele com maus modos. 
- Meu amigo, escute por favor: Lá em casa não há água. E os patinhos precisam ficar bem limpos 
hoje. 
- Porquê? Para que é que patos precisam ficar limpos? - rosnou o valentão. Dona Pata já estava a perder a paciência, mas continuou bem educada e disse: 
- Os patinhos trarão doces para o senhor. Qual é o doce que prefere? 
- Eu não gosto de nenhum doce! Eu não quero nada. Só quero sossego. Não preciso de doces de ninguém. Está a ouvir? Já disse e repito, esta lagoa é só minha e quero que todos saibam disso, ouviu Dona Pata? 
Dona Pata perdeu então a paciência e até se esqueceu de que era bem educada. Muito zangada, disse 
ao Jacarezinho egoísta: 
- Deixe estar! Esta lagoa um dia vai secar, escute bem, esta lagoa um dia vai secar! 
E foi-se embora muito triste por precisar de dizer aquelas coisas tão ruins ao Jacarezinho. Mas este acomodou-se na lagoa e lá ficou para dormir uma sesta. 
O sol estava quente. O calor dava moleza, mas a água estava tão gostosa… 
Acontece, porém, que lá no alto, lá no céu, mais alto do que voam os passarinhos e passam os aviões barulhentos, está o Pai do Céu. Ele viu e ouviu tudo. Ficou com muita pena dos patinhos e muito  triste com o Jacarezinho. Onde já se viu? A lagoa é de todos. O Jacarezinho tinha de aprender isso. 
Não é bonito ser assim egoísta. Ele devia ser bom e gostar de todos.  Então o Pai do Céu, conversou com o Sol, que já há muito  tempo andava aborrecido com o jacaré. O Sol então  aqueceu tanto a água da lagoa que esta foi-se evaporando,  evaporando... e a lagoa ficou sem uma gota de água, seca,  seca… 
Quando o Jacarezinho deu por isso, estava todo cheio de lama. 
- Será que estou a sonhar? – disse desapontado. - Ah! já sei. A dona Pata, disse que a lagoa iria secar. E secou mesmo. Que infelicidade, meu Deus! Eu fui muito egoísta. Perdão, perdão, Pai do Céu! - dizia tão aflito que fazia dó. O Jacarezinho chorou tanto e ficou tão arrependido que o Pai do Céu ficou com pena dele. 
- Agora eu sei o quanto é ruim a gente ficar sujo e não ter água para o banho. Perdão, perdão Pai do 
Céu! – repetia, banhado em lágrimas.  Logo depois começou a chover muito. Choveu tanto que a lagoa ficou novamente cheia de água límpida.  O jacarezinho, todo feliz porque o Pai do Céu o tinha perdoado, foi correndo buscar os patinhos para  nadarem. Tomaram bons banhos juntos e os três patinhos ainda trouxeram uma mão-cheia de doces  saborosos para o jacarezinho que já não era egoísta.  A lagoa nunca mais secou e o jacarezinho continuou sempre bom. 


Axact

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A escola da experiência é a mais educativa. Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola. Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo. Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações (...)

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